Ainda que o professor não possua uma formação ampla sobre esse Tema, é possível trabalhar dentro da realidade de estrutura física da escolar, e da sua formação profissional.
O Tema Lutas/Artes Marciais, apesar de estar incluído nos PCN’s, é um tema pouco abordado, pois o argumento de muitos professores, para não desenvolverem o conteúdo de lutas na Educação Física escolar, é de que precisaria, necessariamente, ter tido vivências de lutas no seu cotidiano de vida, ou ser um especialista em alguma modalidade de luta, mas sabemos que o que mais pesa é a falta de interesse do professor de pesquisar, fazer cursos e se aprofundar nesse assunto e também outro motivo é de pensar que esse Tema é muito violento para trabalhar na Educação Física Escolar. A violência, bem como sabemos, é uma característica presente na sociedade como um todo e, neste caso, a escola não fica imune a ela. Além de tudo, sabemos que esses tipos de comportamentos mais ou menos agressivos também se fazem notar nas aulas de Educação Física, independente de Tema abordado.
Esta prática pode trazer inúmeros benefícios ao usuário, dentre eles destacamos o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo-social.
No aspecto motor, observamos a lateralidade, o controle do tônus muscular, o equilíbrio, a coordenação global, a idéia de tempo e espaço e a noção de corpo. No aspecto cognitivo, as lutas favorecem a percepção, o raciocínio, a formulação de estratégias e a atenção. Ao que se refere ao aspecto afetivo e social, podemos observar em nossos alunos alguns aspectos importantes como a reação a determinadas atitudes, às posturas sociais, a socialização, a perseverança, a disciplina o respeito e a determinação.
Esse Tema deve ser abordado não para formar atletas, mas sim para fazer com que os alunos conheçam um pouco mais sobre a história das Lutas/Artes Marciais. Desta forma mais do que lutar contra o outro, a educação física escolar deve ensinar a lutar com o outro, estimulando os alunos a aprenderem através da problematização dos conteúdos e da própria curiosidade dos alunos, mostrando também o lado lúdico, pois não se deve pensar em lutas como sendo apenas técnicas sistematizadas de lutas como Karatê ou Jiu Juitsu, lutas é cabo de guerra, briga de galo, ou seja, jogos que confrontam opostos, para os alunos poderem vivenciar um pouco de cada modalidade, as modalidades olímpicas ou apenas as modalidades mais conhecidas na cidade e na região, para poderem se socializar melhor entre eles e com os demais, aprendendo a respeitar, e ajuda na melhoria da auto-estima.
Como sabemos a Capoeira, que é uma atividade genuinamente brasileira e natural, não exige muito espaço, vestimentas ou sofisticações para sua prática, sendo que ela promove o lazer e desperta outros interesses centrados na música, na dança, no folclore e no ritmo, pois algumas pessoas podem ver o Boxe, a Capoeira e o Vale-Tudo como uma prática marginal e perigosa, inadequada como conteúdo escolar, mas, existem vários jeitos de ensinar esse Tema, mas, não se trata de realizar as lutas entre os alunos, e sim trabalhar esses conteúdos, ou essas lutas através de pesquisas, que significa proporcionar, oportunizar uma discussão e o entendimento sobre as lutas, onde os próprios alunos podem escolher e pesquisas sobre as artes marciais ditas menos adequadas ao contexto escolar, ou o professor indicar uma delas, para eles pesquisar, contar experiências vividas por eles, pelos seus pais, amigos ou conhecidos.
É possível também propor outras formas que permitam a eles conhecer essa parte do mundo esportivo, pode-se também passar filmes; vídeos; o professor oferecer a visita em academias; e também conhecer alguma luta especifica.
Como podemos observar existem várias formas de lecionar o Tema Lutas/Artes Marciais. Independente de qual forma de ensino o professor de educação física utilizará para lecionar, ele deve estar ciente que seu objetivo não esteja pautado em formar atletas/lutadores, mas na produção de imaginação, interesse, movimentação e conhecimento nas aulas de Educação Física, onde devem procurar atender ao desenvolvimento do aluno no que se refere aos aspectos histórico-sociais, proporcionando ou ampliando o conhecimento dos alunos em relação às lutas.
Deve-se levar em consideração que não há necessidade de ter nenhuma vivencia ou qualquer especialização em alguma modalidade de luta para poder lecionar, mas sim ter interesse próprio de buscar conhecimento, da mesma forma que o professor busca o conhecimento quando precisa ensinar uma modalidade de atletismo, ou uma atividade recreativa aos seus alunos.
O professor de educação física escolar precisa lecionar aos alunos todos os temas possíveis, para que eles obtenham conhecimentos disponíveis através das práticas corporais, cultura diversificada, amplas possibilidades de movimento e diferentes formas de expressão.
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